No Brasil existem dois tipos de indústrias. De um lado as indústrias legais, que pagam impostos, contratam profissionais, investem em programas sociais e promovem o desenvolvimento do país. São as indústrias chamadas do bem. São do bem, mas estão virando sucata.
Do outro lado, as indústrias prósperas que crescem em ritmo alucinante. São as indústrias do mal. Em sua maioria são bancas do jogo do bicho, tráfico de armas, contrabando de mercadorias, tráfico de drogas, tráfico de crianças, tráfico de órgãos, tráfico de influências.
A indústria do mal é capitaneada por gente do mal. São eles mafiosos, bandidos e traficantes. É o lado rico, que não paga imposto e por essa razão tem participação de mercado dominante. Esse tipo de indústria por principio tem a finalidade de destruir a essência moral de um país, aniquilar o poder e transformar as instituições governamentais em prostíbulos de propina. Quanto mais fraco o estado, mais vulnerável e impotente ele se torna para a prática da corrupção e mais livre fica o caminho para os gangsters atuarem em seus negócios ilícitos.
As indústrias do bem que devem combater as indústrias do mal cada vez mais recuam e perdem poder. No Brasil, os cartéis das drogas, por exemplo, são muito mais rentáveis e, portanto, se equipam muito melhor que as polícias. Oposto aos filmes, os vilões são muito mais fortes e sempre vencem no final.
Na vida real, quando um país tem a indústria do mal se sobrepondo à indústria do bem, o resultado é o que se vê nas ruas do Rio de Janeiro. Lá, não há mais controle de nada e a população vive em um território de guerra porque está tudo dominado. O que o estado faz é jogo de cena, cena de cinema porque ali, na matemática da vida o crime evolui em progressão geométrica e o poder de combate involui exponencialmente.
O Brasil é um país especialista em inversão de valores. Vivemos em um ciclo negativo com a prática do desrespeito, da impunidade e da mentira. A sonegação gera pobreza, que cria mercados clandestinos, que competem injustamente com as indústrias do bem, estas por sua vez entram em colapso, que enfraquece o estado, este por sua vez se torna frágil e suscetível ao suborno e aos esquemas. Estamos indo ralo abaixo. Assistimos a uma saga trágica, de um Brasil destroçado, sem princípios e valores morais, éticos e institucionais. A grande maioria dos países do mundo tem seu lado obscuro com indústrias do mal. Porém, esse lado nunca pode ser maior que o lado bom, pois se um dia isso acontecer, a reversão vira uma missão impossível e o futuro algo incerto.
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