O grandes gurus da economia dizem que a economia de um país baseia-se no grau de confiança do povo em relação aos seus governantes. E na prática, funciona assim mesmo.
Uma economia vai bem quando os consumidores compram, quando os investidores colocam dinheiro na bolsa de valores, quando os empresários contratam e aumentam a sua capacidade de produção. A confiança é o fato gerador deste ciclo positivo.
Confiança é um estado de espírito que está intimamente ligado ao sentimento de segurança. O ser humano, primeiro confia, para depois sentir-se seguro. O inverso é verdadeiro; desconfiança gera insegurança e que por fim causa o medo.
Neste ponto que reside o problema do Brasil: o medo.
O medo de ir e vir. O medo é o pior sentimento para a economia.
Uma população com medo não progride. Portanto, resolver o problema de segurança pública significa resolver o problema do baixo crescimento econômico do Brasil, uma vez que a insegurança generalizada é uma das principais causas da estagnação do país.
Em uma cidade de primeiro mundo, as pessoas saem à noite. Quase todas as noites. Passeiam pelas ruas, jantam fora, tomam sorvete, compram relógios caros, compram carros bonitos, compram bicicletas modernas, compram bolsas de grife, enfim consomem e se divertem. Vivem sem medo. A economia gira e o dinheiro circula com mais fluidez.
Claro que no primeiro mundo as coisas são mais bem organizadas, mas na América Latina, existem muitas cidades que permitem esse tipo de vida.
Você lembra a última vez que saiu à noite para tomar um sorvete com a sua família?
O Brasil recebe em média 5 milhões de turistas por ano. Somente a cidade de Miami recebe 7 milhões por ano. O Coliseu 4 milhões. Além de atrair poucos estrangeiros, quando nos visitam ficam poucos dias.
Na Europa cidades inteiras vivem do turismo.
O Brasil enquanto não resolver o problema das altas taxas de criminalidade, não conseguirá ser um país de primeiro mundo. Enquanto o Brasil continuar sendo um país perigoso, a economia não irá crescer naturalmente.
A falta de segurança exclui o Brasil – um país tão lindo – dos destinos de turismo e adia a visita da família brasileira à sorveteria do bairro. Adia a demanda por consumo.
Dinheiro não traz felicidade, mas a felicidade de um povo gera riqueza. Um povo feliz vive mais experiências. Na verdade se diverte mais.
Já imaginou quantos sonhos poderiam ser realizados, se o Brasil fosse um pais mais seguro? O sonho de morar em uma casa, o sonho de comprar um carro conversível, o sonho de ficar sentado em uma cafeteria com o laptop, o sonho de sair à noite à pé, sem destino. O sonho de viver seguro, sem medo.
Mas o brasileiro vive cada vez mais dentro de casa.
Para reverter esse ciclo econômico é preciso combater a violência com força e inteligência.
Um ambiente mais seguro gerará mais confiança, mais investimento, mais consumo, mais empregos e mais igualdade social.
Há anos que defendo a tese de que grande parte da estagnação da economia brasileira provém do problema de segurança pública. No dia em que vivermos com mais segurança, teremos mais dinheiro em circulação. A economia e o povo agradecerão.